terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Aula 9. Apresentação Relatórios dos Grupos

São Paulo, 17 de novembro de 2010


Grupo 5. Como os alunos da EACH avaliam o ensino superior a distância?

Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e 
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.




 A questão polêmica sobre o ensino superior a distância apresenta vários prós e contras. Muitos se referem a essa modalidade de ensino como uma política de sucateamento da educação, visto que levam em conta a importância da convivência com outras pessoas e ideias no ambiente estudantil para o amadurecimento acadêmico e pessoal, entre outros fatores.
Entretanto há quem argumente que o ensino virtual, como é o caso da Univesp (Universidade Virtual de São Paulo), pode promover a expansão do ensino superior, já que o valor monetário diferenciado, a comodidade e o tempo envolvidos,nesse caso, são fatores que além de atrativos possibilitam a inserção por aqueles que dispõe de pouco tempo e dinheiro, por exemplo.
As divergências existentes em volta do assunto é um alerta para que a o mesmo não seja considerado com base em apenas um viés. Trata-se de um tema que merece espaço para ampla discussão a cerca da perspectiva política, financeira e, humanista para que então seja melhor emplementado, caso necessário, ou reavaliado de acordo com possíveis demandas.


Grupo 6. Qual a percepção dos alunos da EACH em relação ao homossexualismo?

Artigo XVI   
1. Homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.




"Todos os remédios contra o preconceito envolvem um fator indispensável: tempo. Quando os Estados Unidos permitiram que brancos e negros se casassem, em 1968, 72% da população desaprovava esse tipo de relação. Somente em 1991 é que pela primeira vez a maioria das pessoas afirmou não ver problemas no casamento inter-racial. Aceitar que duas pessoas do mesmo sexo se casem e sejam reconhecidas como família é um ato doloroso para boa parte dos brasileiros" (Publicados Brasil).

"A união civil entre pessoas do mesmo sexo poderá retirar da ilegalidade milhares de pessoas que têm todo o direito de escolher o sexo de seu parceiro. Já estamos muito atrasados nisso, mas sempre é tempo de corrigir uma injustiça." (Lucia Hippolito).


"E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa
Toda forma de amor" 
Lulu Santos


Grupo 7. Quais são as opções de arte gratuitas no centro da cidade de São Paulo?


Artigo XXVII
1.Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios



O site Catraca Livre de Gilberto Dimenstein oferece uma agenda cuja programação  envolve diversas atrações referentes à música, teatro, dança, exposições,  etc. O fato dos eventos divulgados pelo site serem gratuitos ou a preços populares reflete a democratização do acesso cultural, ao menos na capital paulista.




Grupo 8. Artigo I e os Idosos.

Artigo I:
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Se esquece, por vezes, do valor do idoso em uma conjuntura de relações líquidas, transitórias, egoístas. O asilo surge nesse cenário, muitas vezes, como "solução" eufêmica para um desinteresse e uma despreocupação oculta cujo argumento se pauta na "falta de tempo" em praticar generosidade, em dispor atenção a um ente idoso. Esse, muitas vezes,mais do que suporte médico necessita antes ter seu reconhecimento resgatado enquanto humano que deseja, sente e pensa, tal qual qualquer outro.

É claro que não se pode generalizar, nem tão pouco assumir posições extremistas em face da diversidade da vida e das situações que a envolve. Entretanto, é considerável refletir sobre as relações sociais dinâmicas e cada vez mais superficiais baseadas em esterótipos perfeitos que norteiam o homem contemporâneo na direção de novos valores pautados na invidualização. A maioria das pessoas se preocupa com anseios próprios, majoritariamente, porque é como entendem que funciona o estar no mundo, porque já se moldaram a uma concepção triste e vazia do existir. Assim, descaracterizam-se como ser humano, posto que se "perdem" e não se reconhecem como tal dentro de uma redoma de artificialismos em que vivem. Como, então, os indivíduos nessa situação podem reconhecer ou ao menos olhar para o outro como alguém que também tem necessidades e vontades tão semelhantes quanto as suas? 




A sociedade do instantâneo, do novo, da "fiebre del yo", da valorização da beleza plástica, da eterna juventude foge da "inexorabilidade das leis da natureza."(SOUZA, 2003, p.1) quando ignora que o envelhecimento físico é consequência inerente da existência e condição na qual muitos se encontrarão um dia. A consciência de que tal fato é inevitável e de que todos precisamos ou precisaremos um do outro em algum momento da vida, já que não vivemos sozinhos no mundo, pode ajudar a todos a olhar para a questão do idoso com mais carinho e sensibilidade. A perda do vínculo com o mercado de trabalho, muito comum nesse estágio da vida,  a desvalorização de aposentadorias e pensões,a falta de atividades de lazer, entre outras coisas, por si só já contribuem para uma situação caótica, o asilo e consecutivo abandono da família apenas se agregam à sensação de desamparo e perda que tais condições facilmente projetam  em idosos e idosas. 




"Para um indivíduo que se concebe construído socialmente, o processo de afastamento de seus pares, significa uma ruptura com as instâncias formuladoras de sua individualidade e produz uma desconstrução violenta de seus referenciais. Quando uma sociedade recorre a esse expediente mostra-se incompetente para produzir as condições adequadas a seus membros,  e revela-se violenta, na medida em que agride a dignidade de seus componentes." (SOUZA, 2003, p.9)


Dessa forma, o asilo mostra-se como um universo paralelo, uma socialização alternativa,um ambiente artificial e excludente, na qual "o interno precisará reconstruir seu mundo de relações sobre novas bases, onde os valores, as possibilidades e perspectivas que antes possuía tem significados substancialmente diferentes e precisam ser reinventados."(SOUZA, 2003, p.9)
Não abandonemos, portanto, nossos idosos, nem façamos com que os mesmos tenham sua dignidade ferida. Eles têm muito que ser valorizados em sua garra de viver, em suas experiências que não podem ser anuladas, em sua graça e beleza natural cujas marcas de expressão que revelam são somente resultado da degeneração das células e não do espírito, tal qual nos diz o poema de Jorge José de Jesus Ricardo (Jocardo):


IDOSA é a pessoa que tem muita Idade;
Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade.
A idade causa degeneração das células;
A velhice causa degeneração do espírito.
(...)
Você é idoso quando pergunta se vale a pena;
Você é velho, quando sem pensar responde que não.
Você é idoso quando sonha;
Você é velho quando apenas dorme.
Você é idoso quando ainda aprende;
Você é velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando pratica esportes ou de alguma forma se exercita;
Você é velho quando apenas descansa.
Você é idoso quando ainda sente AMOR;
Você é velho quando só sente ciúmes e possessividade.
Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida;
Você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada;
Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs;
Você é velho quando seu calendário só tem ontens.
Idosa é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência; ela é uma porta entre o passado e o futuro e é no presente que os dois se encontram.
O velho é aquele que tem carregado o peso dos anos; que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite o pessimismo e a desilusão. Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, pois lá existe um fosso que o separa do presente, pelo apego ao passado.
O idoso se renova a cada dia que começa,
O velho se acaba a cada noite que termina,
Pois enquanto o idoso tem seus olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e a esperança se ilumina, o velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram.
O idoso tem planos, o velho tem saudades.
O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos;
O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade.
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e preenhe de esperança. Para ele o tempo passa rápido e a velhice nunca chega.
O velho cochila no vazio de sua vidinha e suas horas se arrastam, destituídas de sentido.
As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso; as rugas do velho são feias, porque foram vincadas pela amargura.
Em suma, o idoso e o velho são duas pessoas que até podem ter, no cartório, a mesma idade cronológica, mas o que têm são idade diferentes no coração.



Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem? (Confúcio)


Referência:

Souza, Jaime Luiz Cunha de. Asilo para idosos: o lugar da face rejeitada. 
Belém, ano 4, nº 1, set, 2003. Disponivel em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/34.pdf>.

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