São Paulo, 27 de novembro de 2010
Mestre e doutoranda em psicologia e educação pela FE/USP, Pinheiro apresentou na disciplina "Psicologia, Educação e Temas Contemporâneos", as perspectivas atuais em psicologia moral, a partir de uma atividade dinâmica na qual pode ser analisados exemplos de conflitos e dilemas morais, seus contextos, nível de gravidade, conseqüências, sentimentos e escolhas, aspectos através dos quais iniciou uma exposição sobre moralidade humana.
De acordo com Pinheiro, grande parte das correntes de estudo não priorizam a relação que se faz, entre moralidade e "certo" e "errado", mas sim a moral do dever. Kant, em "Fundamentação da Metafísica dos Costumes" aborda o "imperativo categórico" quanto à moral: propõe que o ser humano haja de uma forma que seja boa universalmente, isto é, para todos. A moral do dever exige que seja seguidas as regras da sociedade acima de tudo. No entanto, há vários pontos que devemos considerar quando tratamos de moral. Não se deve levar em conta apenas o dever.
Pinheiro apresentou também um pouco das ideias de quatro autores: Piaget, Kohlberg, Gilligan e Araújo. O primeiro estudou o princípio da justiça que muito se relaciona com regras, especificamente, o juízo moral na criança:
-anomia - ausência de regras (bebê);
-heteronomia - as regras vem de fora para dentro, ou seja, são obtidas através de outros indivíduos mais experientes;
-autonomia - as regras são elaboradas pelo prórpio sujeito (criação)
(PIAGET, 1932)
Kohlberg pensou em seis estágios de desenvolvimento moral mais fixos do que os de Piaget e também se baseou na justiça, princípio norteador de seu estudo. Gilligan (1985), por sua vez, elaborou uma teoria que rompeu com os estudos de seu orientador Kohlberg a fim de provar que as mulheres não tinham nível moral inferior ao dos homens. Assim, contribuiu com uma outra visão para a ciência ao definir duas orientações para o desenvolvimento moral: moral da justiça (elaborada, em geral, pelos homens) e moral do cuidado (elaborada, em geral, pelos mulheres).
O "Modelo de Sujeito Psicológico" do Profo. Ulisses Araújo representa como a moralidade faz parte de nós mesmo, da nossa personalidade, ou seja, está integrada ao sujeito juntamente com suas esferas cognitiva, biológica, sócio-cultural, afetiva e, por isso se relaciona também com a idéia de valores centrais - constantes no sistema moral dos indivíduos - e periféricos - " 'fluidos' no sistema moral " (DAMON, 1995; ARAÚJO,2007). A complementaridade desses valores constitui a personalidade humana: um valor sempre surge associado a outro e quando isso não ocorre tende a ser fraco e não influenciar muito a caracterização de nossa personalidade, posto que a tendência dessa é de caminhar sempre para unidade, tal qual nos
explica a teoria à integração de Blasi (1995,2004).
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